sexta-feira, 12 de agosto de 2016

1ª ETAPA - Proposta de Redação - 13/08/2016


1ª ETAPA


Considerando conhecimentos adquiridos ao longo da vida e os fragmentos dos textos acima apresentados que têm caráter unicamente motivador, redija uma carta argumentativa para uma autoridade que seja pertinente de acordo com o seguinte tema: “Desafios encontrados na atualidade para a educação brasileira”. Exponha suas ideias de forma clara, coerente e em conformidade com a norma culta da língua. Assine como Maria ou João.
      
Textos motivadores
             
TEXTO 01


"Espera-se que a educação no Brasil resolva, sozinha, os problemas sociais do país. No entanto, é preciso primeiro melhorar a formação dos docentes, visto que o desenvolvimento dos professores implica no desenvolvimento dos alunos e da escola."

"Está ficando cada vez mais claro que um dos principais problemas que a sociedade brasileira enfrenta hoje em dia é a péssima qualidade da Educação que é oferecida na grande maioria de nossas Escolas públicas e privadas. Isso tem consequências muito importantes, passando pela produtividade das nossas empresas até a criminalidade que nos afeta todos os dias. Apesar de grande parte da sociedade já ter compreendido que a Educação é mais importante para a nossa competitividade do que a proteção de setores específicos da nossa economia, há uma dificuldade muito grande para melhorar a qualidade da Educação. Nossos avanços, apesar de estarem acontecendo, são muito lentos."

"Os desafios da educação brasileira envolvem aspectos sociais, econômicos, políticos e culturais, e tantos outros. Em estudo elaborado pelo Banco Mundial, entre os desafios mais importantes para a próxima década, estão a qualidade do ensino secundário, a eficiência do gasto público, a qualidade dos professores e a educação infantil. Sem dúvida, esses são pontos essenciais. A atenção do Brasil com a educação é muito recente. É preciso, além de ampliar os investimentos, direcioná-los e acompanhar sua utilização."
Fonte: http://vestibular.brasilescola.com/banco-de-redacoes/tema-desafios-encontrados-na-atualidade-pela-educacao-no-brasil.htm

TEXTO 02

Os desafios da Educação brasileira em números

O Brasil ficou entre os últimos colocados no exame de 2012 do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes, mais conhecido pela sigla PISA, que é aplicado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) em 65 países.
Mesmo em comparação com outros países em desenvolvimento, como China e Rússia, o Brasil está bem atrasado. A China está em primeiro lugar nos exames de Matemática e Leitura, enquanto a Rússia ocupa as 36ª e 41ª posições. O Brasil, apesar do crescimento econômico e desenvolvimento social dos últimos anos, está em 58º e 55º lugar.
Uma possível explicação para esse resultado é o valor do investimento por aluno no Brasil - um dos menores dos países avaliados pela OCDE. Enquanto gastamos cerca de U$ 2.751 por aluno por ano no Ensino Médio, segundo a Organização, a Rússia gastou U$ 4.100 por aluno, e países desenvolvidos como Suíça e Estados Unidos investiram mais de U$ 10.000 por aluno no mesmo período.
Essa é apenas uma parte dos problemas da Educação brasileira atualmente. Ainda que o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), mostre que as metas de qualidade instituídas para o Ensino Público vêm sendo cumpridas ano a ano, há muitos problemas a serem resolvidos, que vão além da aprovação e desempenho dos alunos nas avaliações. Principais tópicos:
- Acesso e permanência
- Alfabetização
- Qualidade
- Infraestrutura e Planejamento
- Formação e valorização de professores
Fonte: http://educarparacrescer.abril.com.br/indicadores/educacao-brasileira-numeros-850741.shtml.

TEXTO 03

Um filme muito bem esquematizado onde percebemos nitidamente uma diferença social, tanto financeira, quanto cultural das escolas e regiões apresentadas no filme. Mas ao desenrolar das tramas, percebemos também que os problemas estão presentes em todos os lugares, se diferem um pouco um do outro, devido às oportunidades que cada um tem, mas no final o problema de todos leva a um só destino. O insucesso escolar.

O filme "Pro Dia Nascer Feliz", dirigido por João Jardim, aborda as desigualdades na educação brasileira, mostrando os dramas e as dificuldades dos professores e jovens de diversas regiões do Brasil.
É totalmente perceptível as diferenças existentes entre escola pública e privada. Os professores de escolas públicas são sujeitos a educar em condições precárias desde falta de água,de segurança,transporte,  falta de verbas, até casos de violência. Já os professores de escolas particulares desfrutam de um alto salário e um ambiente agradável e prazeroso. 
A sabotagem educacional, é outro fator retratado ao longo do documentário. Segundo a revista Veja, todos os anos 20% dos alunos repetem de serie. Isso significa que o estado tem anualmente de gastar 20% a mais do que deveria. Tal situação explica a tão evitada reprovação. O governo não tem interesse na qualidade e sim na quantidade de alunos aprovados. 
A falta da participação familiar e o desinteresse dos alunos também é constante, eles usam o ambiente escolar como lugar para seus interesses, tais como: namoricos, conhecer novas pessoas, marginalização, passando maior parte do tempo fora da sala de aula, o que é claramente prejudicial ao seu desenvolvimento.  
Com toda essa banalização da educação, o caminho que os governantes devem traçar para se elevar a qualidade do ensino público é muito longo. Deve-se haver um maior investimento tanto em segurança, quanto em infra estrutura, além de propor uma boa qualificação para os profissionais.   
 Apesar de inúmeros problemas, existem pessoas que acreditam e lutam por um futuro melhor. No documentário o diretor mostrou a menina Valéria, que apesar de não acreditarem em sua capacidade, sempre declamava suas poesias sorridente. E até mesmo Douglas, que encontrou no grupo de música (iniciativa de uma professora), uma ocupação para se distanciar das más influências.
 João Jardim demonstra em seu documentário a realidade que todos negam ver. Enquanto o Brasil não adotar políticas públicas educacionais e não criar um vínculo entre a aptidão do professor, o comprometimento do governo e a responsabilidade dos pais, não poderá se pensar em ensino de qualidade, continuando em penúltimo lugar no ranking mundial da educação. A análise do filme e particularmente de cada escola, nos mostra que diferenças existem, mas a educação final do jovem brasileiro não se difere muito. Encontramos falhas na estrutura das escolas de todas as classes, onde a mesma, muitas vezes não está preparada para lidar com as diversas situações em que a sociedade, o jovem pode trazer. Existe um comodismo no processo educativo e uma maquiação dos problemas encontrados, onde não se faz muito esforço para exterminá-los de vez, apenas procuram um jeito de maquiar a situação ou apenas ignoram os problemas.

Fonte: http://pepquesb.blogspot.com.br/2013/05/resumo-documentario-pro-dia-nascer-feliz.html.

TEXTO 04

A educação na UTI
Zidelmar Alves Santos

O diretor João Jardim demonstrou coragem e competência ao expor no longametragem “Pro dia nascer feliz”, um retrato da educação brasileira. Com experiência em diversas funções na TV e cinema, estreou como diretor de longa-metragem em 2002 com o documentário “Janela da alma”. Este filme permaneceu por mais de quarenta semanas em cartaz nos cinemas do Brasil. Recentemente, co-dirigiu Lixo extraordinário, documentário indicado ao Oscar em 2011.
Em “Pro dia nascer feliz”, o diretor João Jardim faz abordagens acerca da fragilidade do sistema educacional brasileiro. Deixa transparecer a personalidade dos jovens da atualidade, retratando sonhos e expectativas de educandos de 13 a 17 anos, estudantes ricos e pobres elucidando um painel sociocultural da educação no Brasil. Dando fundamentação a essa abordagem, estão os depoimentos de pais, alunos e professores.
O documentário expõe a realidade de instituições de ensino distintas, espalhadas por três estados: Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo. Desta maneira, apresenta o contraste entre as diferentes realidades: de um lado, escolas com estruturas precárias, a exemplo da Escola Estadual Cel. Souza Neto (em Manari, Pernambuco) e escolas com estruturas modernas, como no caso do Colégio Santa Cruz (em São Paulo). Deste modo, evidencia a desigualdade social, ao expor estudantes marcados por uma realidade de pobreza e violência aliadas a má administração dos recursos destinados a escola pública.
O resultado: a educação na UTI. Surge então uma pergunta: de quem é a culpa? Quem assiste o documentário logo percebe o embate entre o discurso do aluno e o discurso do professor: de um lado, alunos que culpam os professores, visto que estes faltam muito; do outro, professores que culpam os alunos, alegando que estes vão a escola sem o propósito de assistir as aulas, como se o colégio fosse apenas uma válvula de escape à realidade vivida.
O inciso I, do artigo 3º da Lei 9394/96 (LDB) expõe a “igualdade de condições para o acesso e permanência na escola” como um dos princípios do ensino (BRASIL, 2010, p. 11). No entanto, a chocante realidade exposta no filme demonstra contradição. Um exemplo é a dificuldade dos estudantes de Manari no que diz respeito ao transporte escolar. Naquela cidade, durante o período de gravação do documentário, não havia ensino médio. Por tal motivo a prefeitura da cidade disponibilizava um ônibus sucateado aos estudantes, para que estes pudessem ter “acesso” a educação em outro município. Houve o caso de uma estudante frequentou a escola apenas três vezes num período de duas semanas devido à quebra do ônibus, o que nos permite conjecturar e perguntar onde se encontra a suposta “igualdade de condições” prevista na LDB.
As relações de poder são evidenciadas. A dicotomia entre professor e aluno salta aos olhos, principalmente se considerarmos premissas que atestam para professores e alunos os status de “detentores” e “receptores” do conhecimento. Não obstante, cabe alertar que, apesar de ter o conhecimento do livro didático, o professor se encontra em dependência em relação aos pesquisadores acadêmicos (CABRINI et al., 1994, p. 20). Alguns alunos observados pelo diretor apresentam-se de forma passiva ou descomprometida, enquanto alguns professores, por outro lado, demonstram pulso firme ou certo conformismo pela situação em que se encontram estes alunos.
A cena do conselho de classe se destaca, pois apresenta a discussão dos professores a respeito da aprovação ou reprovação de um aluno. Os professores discutem se vale a pena aprová-lo, posto que este não havia alcançado índice para aprovação. Quando a nota do aluno mencionado na disciplina de História é perguntada, a professora responde negativamente, entretanto acaba aprovando-o no conselho de classe.
O estudante não estava apto, mas foi aprovado sob a alegação de alguns docentes que afirmaram que ele estava “melhorando”, mesmo com membros do conselho alertando que o mesmo poderia “ser um problema” no ano seguinte. De acordo com Vasconcelos “Em algumas escolas, ao invés de se investir na relação de ensino-aprendizagem para ajudar a superar as necessidades, são criados “anexos”, “penduricalhos” para produzir nota” (VASCONCELOS, 2003, p. 94). O próprio aluno afirma que não aprendeu “porra nenhuma, nada” na disciplina de História.
O diretor demonstra maturidade ao organizar e nos apresentar o filme sob três óticas: a dos alunos menos abastados, que enfrentam dificuldades e que lutam para chegar à escola; a dos que estão à margem da sociedade, em contato com uma situação de violência e criminalidade e aqueles ligados à elite, que enfrentam “problemas” para harmonizar a vida social as exigências escolares.
O documentário, lançado em 2006, vai muito além do entretenimento. Ele é inovador, visto que nos apresenta “realidades” pouco difundidas nos meios de comunicação de massa. Desta maneira, levando em consideração a proporção continental de nosso país, é pertinente perguntar-nos: em que “Brasil” nós vivemos? É possível ascender socialmente através da educação se os reais indicadores educacionais são camuflados?
Se partirmos da conjectura de que os indicadores são encobertos, chegamos à conclusão de que há uma falsa impressão acerca da melhora dos índices da educação. Este documentário explicita o estado deprimente em que se encontra o nosso sistema educacional e proporciona ao telespectador uma reflexão acerca da falta de investimento por parte das autoridades (in) competentes: afinal de contas, quem são os grandes beneficiados com o sucateamento do sistema educacional? Se existe verba para investimento neste setor, pra onde ela vai? Ou seria melhor perguntar: ela vai para o bolso de quem? Pena que essas e outras perguntas tão pertinentes nunca são respondidas.


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