1ª ETAPA
Considerando conhecimentos adquiridos ao
longo da vida e os fragmentos dos textos acima apresentados que têm caráter
unicamente motivador, redija uma carta argumentativa para uma autoridade que
seja pertinente de acordo com o seguinte tema: “Desafios encontrados na atualidade para a educação brasileira”. Exponha
suas ideias de forma clara, coerente e em conformidade com a norma culta da
língua. Assine como Maria ou João.
Textos
motivadores
TEXTO
01
"Espera-se
que a educação no Brasil resolva, sozinha, os problemas sociais do país. No
entanto, é preciso primeiro melhorar a formação dos docentes, visto que o
desenvolvimento dos professores implica no desenvolvimento dos alunos e da
escola."
"Está ficando cada vez
mais claro que um dos principais problemas que a sociedade brasileira enfrenta
hoje em dia é a péssima qualidade da Educação que é oferecida na grande maioria
de nossas Escolas públicas e privadas. Isso tem consequências muito
importantes, passando pela produtividade das nossas empresas até a
criminalidade que nos afeta todos os dias. Apesar de grande parte da sociedade
já ter compreendido que a Educação é mais importante para a nossa
competitividade do que a proteção de setores específicos da nossa economia, há
uma dificuldade muito grande para melhorar a qualidade da Educação. Nossos
avanços, apesar de estarem acontecendo, são muito lentos."
"Os desafios da educação
brasileira envolvem aspectos sociais, econômicos, políticos e culturais, e
tantos outros. Em estudo elaborado pelo Banco Mundial, entre os desafios mais
importantes para a próxima década, estão a qualidade do ensino secundário, a eficiência
do gasto público, a qualidade dos professores e a educação infantil. Sem
dúvida, esses são pontos essenciais. A atenção do Brasil com a educação é muito
recente. É preciso, além de ampliar os investimentos, direcioná-los e
acompanhar sua utilização."
Fonte: http://vestibular.brasilescola.com/banco-de-redacoes/tema-desafios-encontrados-na-atualidade-pela-educacao-no-brasil.htm
TEXTO
02
Os desafios da
Educação brasileira em números
O Brasil ficou entre os últimos colocados no
exame de 2012 do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes, mais
conhecido pela sigla PISA, que é aplicado pela Organização para a
Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) em 65 países.
Mesmo em comparação com outros países em desenvolvimento, como China e
Rússia, o Brasil está bem atrasado. A China está em primeiro lugar nos exames
de Matemática e Leitura, enquanto a Rússia ocupa as 36ª e 41ª posições. O
Brasil, apesar do crescimento econômico e desenvolvimento social dos últimos
anos, está em 58º e 55º lugar.
Uma possível explicação para esse resultado é o valor do investimento por
aluno no Brasil - um dos menores dos países avaliados pela OCDE. Enquanto
gastamos cerca de U$ 2.751 por aluno por ano no Ensino Médio, segundo a
Organização, a Rússia gastou U$ 4.100 por aluno, e países desenvolvidos como
Suíça e Estados Unidos investiram mais de U$ 10.000 por aluno no mesmo período.
Essa é apenas uma parte dos problemas da Educação brasileira atualmente.
Ainda que o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), do Instituto
Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), mostre que as metas de
qualidade instituídas para o Ensino Público vêm sendo cumpridas ano a ano, há
muitos problemas a serem resolvidos, que vão além da aprovação e desempenho dos
alunos nas avaliações. Principais tópicos:
- Acesso e permanência
- Alfabetização
- Qualidade
- Infraestrutura e Planejamento
- Formação e valorização de professores
Fonte: http://educarparacrescer.abril.com.br/indicadores/educacao-brasileira-numeros-850741.shtml.
TEXTO 03
Um filme muito bem esquematizado onde percebemos
nitidamente uma diferença social, tanto financeira, quanto cultural das escolas
e regiões apresentadas no filme. Mas ao desenrolar das tramas, percebemos
também que os problemas estão presentes em todos os lugares, se diferem um
pouco um do outro, devido às oportunidades que cada um tem, mas no final o
problema de todos leva a um só destino. O insucesso escolar.
O filme
"Pro Dia Nascer Feliz", dirigido por João Jardim, aborda as
desigualdades na educação brasileira, mostrando os dramas e as dificuldades dos
professores e jovens de diversas regiões do Brasil.
É totalmente perceptível as diferenças existentes entre escola pública e privada. Os professores de escolas públicas são sujeitos a educar em condições precárias desde falta de água,de segurança,transporte, falta de verbas, até casos de violência. Já os professores de escolas particulares desfrutam de um alto salário e um ambiente agradável e prazeroso.
É totalmente perceptível as diferenças existentes entre escola pública e privada. Os professores de escolas públicas são sujeitos a educar em condições precárias desde falta de água,de segurança,transporte, falta de verbas, até casos de violência. Já os professores de escolas particulares desfrutam de um alto salário e um ambiente agradável e prazeroso.
A sabotagem
educacional, é outro fator retratado ao longo do documentário. Segundo a
revista Veja, todos os anos 20% dos alunos repetem de serie. Isso significa que
o estado tem anualmente de gastar 20% a mais do que deveria. Tal situação
explica a tão evitada reprovação. O governo não tem interesse na qualidade e
sim na quantidade de alunos aprovados.
A falta da
participação familiar e o desinteresse dos alunos também é constante, eles usam
o ambiente escolar como lugar para seus interesses, tais como: namoricos,
conhecer novas pessoas, marginalização, passando maior parte do tempo fora da
sala de aula, o que é claramente prejudicial ao seu desenvolvimento.
Com toda essa
banalização da educação, o caminho que os governantes devem traçar para se
elevar a qualidade do ensino público é muito longo. Deve-se haver um maior
investimento tanto em segurança, quanto em infra estrutura, além de propor uma
boa qualificação para os profissionais.
Apesar de
inúmeros problemas, existem pessoas que acreditam e lutam por um futuro melhor.
No documentário o diretor mostrou a menina Valéria, que apesar de não
acreditarem em sua capacidade, sempre declamava suas poesias sorridente. E até
mesmo Douglas, que encontrou no grupo de música (iniciativa de uma professora),
uma ocupação para se distanciar das más influências.
João
Jardim demonstra em seu documentário a realidade que todos negam ver. Enquanto
o Brasil não adotar políticas públicas educacionais e não criar um vínculo
entre a aptidão do professor, o comprometimento do governo e a responsabilidade
dos pais, não poderá se pensar em ensino de qualidade, continuando em penúltimo
lugar no ranking mundial da educação. A análise do filme e particularmente de
cada escola, nos mostra que diferenças existem, mas a educação final do jovem
brasileiro não se difere muito. Encontramos falhas na estrutura das escolas de
todas as classes, onde a mesma, muitas vezes não está preparada para lidar com
as diversas situações em que a sociedade, o jovem pode trazer. Existe um
comodismo no processo educativo e uma maquiação dos problemas encontrados, onde
não se faz muito esforço para exterminá-los de vez, apenas procuram um jeito de
maquiar a situação ou apenas ignoram os problemas.
Fonte:
http://pepquesb.blogspot.com.br/2013/05/resumo-documentario-pro-dia-nascer-feliz.html.
TEXTO 04
A educação na UTI
Zidelmar Alves Santos
O diretor
João Jardim demonstrou coragem e competência ao expor no longametragem “Pro dia
nascer feliz”, um retrato da educação brasileira. Com experiência em diversas
funções na TV e cinema, estreou como diretor de longa-metragem em 2002 com o
documentário “Janela da alma”. Este filme permaneceu por mais de quarenta
semanas em cartaz nos cinemas do Brasil. Recentemente, co-dirigiu Lixo
extraordinário, documentário indicado ao Oscar em 2011.
Em “Pro
dia nascer feliz”, o diretor João Jardim faz abordagens acerca da fragilidade
do sistema educacional brasileiro. Deixa transparecer a personalidade dos
jovens da atualidade, retratando sonhos e expectativas de educandos de 13 a 17
anos, estudantes ricos e pobres elucidando um painel sociocultural da educação
no Brasil. Dando fundamentação a essa abordagem, estão os depoimentos de pais,
alunos e professores.
O
documentário expõe a realidade de instituições de ensino distintas, espalhadas
por três estados: Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo. Desta maneira,
apresenta o contraste entre as diferentes realidades: de um lado, escolas com
estruturas precárias, a exemplo da Escola Estadual Cel. Souza Neto (em Manari,
Pernambuco) e escolas com estruturas modernas, como no caso do Colégio Santa
Cruz (em São Paulo). Deste modo, evidencia a desigualdade social, ao expor
estudantes marcados por uma realidade de pobreza e violência aliadas a má
administração dos recursos destinados a escola pública.
O
resultado: a educação na UTI. Surge então uma pergunta: de quem é a culpa? Quem
assiste o documentário logo percebe o embate entre o discurso do aluno e o
discurso do professor: de um lado, alunos que culpam os professores, visto que
estes faltam muito; do outro, professores que culpam os alunos, alegando que
estes vão a escola sem o propósito de assistir as aulas, como se o colégio fosse
apenas uma válvula de escape à realidade vivida.
O inciso
I, do artigo 3º da Lei 9394/96 (LDB) expõe a “igualdade de condições para o
acesso e permanência na escola” como um dos princípios do ensino (BRASIL, 2010,
p. 11). No entanto, a chocante realidade exposta no filme demonstra
contradição. Um exemplo é a dificuldade dos estudantes de Manari no que diz
respeito ao transporte escolar. Naquela cidade, durante o período de gravação
do documentário, não havia ensino médio. Por tal motivo a prefeitura da cidade
disponibilizava um ônibus sucateado aos estudantes, para que estes pudessem ter
“acesso” a educação em outro município. Houve o caso de uma estudante
frequentou a escola apenas três vezes num período de duas semanas devido à
quebra do ônibus, o que nos permite conjecturar e perguntar onde se encontra a
suposta “igualdade de condições” prevista na LDB.
As
relações de poder são evidenciadas. A dicotomia entre professor e aluno salta
aos olhos, principalmente se considerarmos premissas que atestam para professores
e alunos os status de “detentores” e “receptores” do conhecimento. Não
obstante, cabe alertar que, apesar de ter o conhecimento do livro didático, o
professor se encontra em dependência em relação aos pesquisadores acadêmicos
(CABRINI et al., 1994, p. 20). Alguns alunos observados pelo diretor
apresentam-se de forma passiva ou descomprometida, enquanto alguns professores,
por outro lado, demonstram pulso firme ou certo conformismo pela situação em
que se encontram estes alunos.
A cena do
conselho de classe se destaca, pois apresenta a discussão dos professores a
respeito da aprovação ou reprovação de um aluno. Os professores discutem se
vale a pena aprová-lo, posto que este não havia alcançado índice para
aprovação. Quando a nota do aluno mencionado na disciplina de História é
perguntada, a professora responde negativamente, entretanto acaba aprovando-o
no conselho de classe.
O
estudante não estava apto, mas foi aprovado sob a alegação de alguns docentes
que afirmaram que ele estava “melhorando”, mesmo com membros do conselho
alertando que o mesmo poderia “ser um problema” no ano seguinte. De acordo com
Vasconcelos “Em algumas escolas, ao invés de se investir na relação de
ensino-aprendizagem para ajudar a superar as necessidades, são criados “anexos”,
“penduricalhos” para produzir nota” (VASCONCELOS, 2003, p. 94). O próprio aluno
afirma que não aprendeu “porra nenhuma, nada” na disciplina de História.
O diretor
demonstra maturidade ao organizar e nos apresentar o filme sob três óticas: a
dos alunos menos abastados, que enfrentam dificuldades e que lutam para chegar
à escola; a dos que estão à margem da sociedade, em contato com uma situação de
violência e criminalidade e aqueles ligados à elite, que enfrentam “problemas”
para harmonizar a vida social as exigências escolares.
O
documentário, lançado em 2006, vai muito além do entretenimento. Ele é
inovador, visto que nos apresenta “realidades” pouco difundidas nos meios de
comunicação de massa. Desta maneira, levando em consideração a proporção
continental de nosso país, é pertinente perguntar-nos: em que “Brasil” nós
vivemos? É possível ascender socialmente através da educação se os reais
indicadores educacionais são camuflados?
Se
partirmos da conjectura de que os indicadores são encobertos, chegamos à
conclusão de que há uma falsa impressão acerca da melhora dos índices da
educação. Este documentário explicita o estado deprimente em que se encontra o
nosso sistema educacional e proporciona ao telespectador uma reflexão acerca da
falta de investimento por parte das autoridades (in) competentes: afinal de
contas, quem são os grandes beneficiados com o sucateamento do sistema
educacional? Se existe verba para investimento neste setor, pra onde ela vai?
Ou seria melhor perguntar: ela vai para o bolso de quem? Pena que essas e
outras perguntas tão pertinentes nunca são respondidas.
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