sexta-feira, 24 de junho de 2016

Propostas de Redação - 25/06/2016 e 06/08/2016

1ª Etapa


A partir do discutido em sala de aula, produza uma resenha crítica sobre o texto "Este mundo da injustiça globalizada" de José Saramago. Ele pode ser encontrado no capítulo "Resumo" do seu material de reação, e também no seguinte link: 


Lembre-se de construir um texto que critique de modo consistente pelo menos dois aspectos questionados por Saramago. Crie no mínimo 20 e no máximo 30 linhas. 

Você pode ver, no vídeo abaixo, um trecho de seu ensaio:

https://www.youtube.com/watch?v=m1nePkQAM4w 


2ª Etapa


TEXTO I
Cerca de 500 garimpeiros, comerciantes e membros do Poder Público de Jacareacanga (PA) atacaram 20 munduruku na manhã de terça-feria (13), durante ação contra a presença dos indígenas no município. Dois munduruku acabaram feridos nas pernas depois de atingidos por rojões lançados pelos manifestantes anti-indígenas. Os munduruku temem por novos ataques nas próximas horas e a Polícia Federal foi acionada.
“Não podemos nem levar os dois feridos ao hospital porque tem ódio contra a gente por todos os lados. Manifestantes diziam que índios não têm direitos aqui em Jacareacanga”, afirmou uma indígena munduruku, presente durante o ataque, que aqui não é identificada por motivos de segurança. Os feridos são: Rosalvo Kaba Munduruku e Francineide Koru Munduruku. A Polícia Militar estava durante o ataque, porém ficou na retaguarda dos manifestantes que atacavam os indígenas e nada fez.

TEXTO II
Atualmente, os grupos indígenas que vivem em território brasileiro estão recebendo nova atenção do Estado e da sociedade. A Secretaria Especial de Saúde Indígena, vinculada ao Ministério da Saúde, foi criada em 2008. Na área educacional, a Lei 11.645, de 10 de março do mesmo ano, incluiu a diversidade da história e das culturas dos povos indígenas no currículo oficial da rede de ensino. Além do Parque do Xingu, há vários museus etnográficos espalhados pelo Brasil e abertos à visitação, que podem servir como estimulantes pontos de partida para que se conheça melhor a cultura daqueles que aqui estavam antes da colonização europeia.

TEXTO III
A CNPI (Comissão Nacional de Política Indigenista) foi criada em 2006 pelo Decreto de 22 de março de 2006. A sua instalação aconteceu em abril de 2007, ocasião em que seus membros foram empossados pelo então Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.
 É um órgão do Ministério da Justiça, composto por 20 representantes indígenas, 2 representantes de organizações indigenistas não governamentais e 13 membros de órgãos governamentais, além de convidados permanentes, dentre os quais o Ministério Público Federal. As suas deliberações são paritárias. A presidência da CNPI é exercida pela Fundação Nacional do Índio.
Com a criação da CNPI, foi estabelecido um canal específico de diálogo entre os diversos órgãos de governo responsáveis pela política indigenista oficial do Estado brasileiro e representantes indígenas de todo o país, os quais têm se reunido regularmente para tratar dos mais importantes temas relacionados à questão indígena.
 Cabe a CNPI, como previsto em seu Decreto, a proposição de diretrizes e prioridades para a política indigenista e o acompanhamento das ações desenvolvidas pelos órgãos da Administração Pública Federal relacionadas à temática indígena.
 Por ser um órgão temporário, uma das prioridades da Comissão tem sido a aprovação do PL 3571/2008, de autoria do Poder Executivo Federal, em trâmite no Congresso Nacional, que cria o Conselho Nacional de Política Indigenista.

TEXTO IV
O poema I-Juca Pirama – Canto IV, de Gonçalves Dias, possibilita uma imersão na visão de mundo de um homem que defende e valoriza seu território e, ao mesmo tempo, sofre as consequências de processos sociais de dominação, nos remetendo a questões territoriais e regionais do Brasil. Como as instituições brasileiras tratam as questões de terras? Qual o papel dos movimentos sociais na questão territorial? De que forma a terra se concretiza como espaço de conflito social? Como compreendemos a relação entre o interior e os grandes centros urbanos?



TEXTO V



I-Juca Pirama / Canto IV

Meu canto de morte,
Guerreiros, ouvi:
Sou filho das selvas,
Nas selvas cresci;
Guerreiros, descendo
Da tribo tupi.

Da tribo pujante,
Que agora anda errante
Por fado inconstante,
Guerreiros, nasci;
Sou bravo, sou forte,
Sou filho do Norte;
Meu canto de morte,
Guerreiros, ouvi.

Já vi cruas brigas,
De tribos imigas,
E as duras fadigas
Da guerra provei;
Nas ondas mendaces
Senti pelas faces
Os silvos fugaces
Dos ventos que amei.

Andei longes terras
Lidei cruas guerras,
Vaguei pelas serras
Dos vis Aimoréis;
Vi lutas de bravos,
Vi fortes - escravos!
De estranhos ignavos
Calcados aos pés.

E os campos talados,
E os arcos quebrados,
E os piagas coitados
Já sem maracás;
E os meigos cantores,
Servindo a senhores,
Que vinham traidores,
Com mostras de paz.

Aos golpes do inimigo,
Meu último amigo,
Sem lar, sem abrigo
Caiu junto a mi!
Com plácido rosto,
Sereno e composto,
O acerbo desgosto
Comigo sofri.

Meu pai a meu lado
Já cego e quebrado,
De penas ralado,
Firmava-se em mi:
Nós ambos, mesquinhos,
Por ínvios caminhos,
Cobertos d’espinhos
Chegamos aqui!

O velho no entanto
Sofrendo já tanto
De fome e quebranto,
Só qu’ria morrer!
Não mais me contenho,
Nas matas me embrenho,
Das frechas que tenho
Me quero valer.

Então, forasteiro,
Caí prisioneiro
De um troço guerreiro
Com que me encontrei:
O cru dessossêgo
Do pai fraco e cego,
Enquanto não chego
Qual seja, - dizei!

Eu era o seu guia
Na noite sombria,
A só alegria
Que Deus lhe deixou:
Em mim se apoiava,
Em mim se firmava,
Em mim descansava,
Que filho lhe sou.

Ao velho coitado
De penas ralado,
Já cego e quebrado,
Que resta? - Morrer.
Enquanto descreve
O giro tão breve
Da vida que teve,
Deixai-me viver!

Não vil, não ignavo,
Mas forte, mas bravo,
Serei vosso escravo:
Aqui virei ter.
Guerreiros, não coro
Do pranto que choro:
Se a vida deploro,
Também sei morrer.


TEXTO VI
Índios no Brasil - Quem são eles?
Ao aprender a história do Brasil, muitas vezes a população indígena é retratada com discriminação, como um povo relacionado a atraso, preguiça e selvageria. Com isso, o contexto atual dessas etnias acaba ficando de lado. Neste episódio, integrantes das tribos Krenak (MG), Kaxinawá (AC), Ashaninka (AC), Yanomami (RR), Pankararu (PE) e Kaingang (SC) conversam sobre o assunto, mostrando seus pontos de vista sobre a forma que são tratados na sociedade.

Veja o documentário "Índios do Brasil" no seguinte link: https://www.youtube.com/watch?v=QQA9wuGgZjI




TEXTO VII
A ópera “O Guarani”, de Carlos Gomes, conta a história de Ceci e Peri - obra homônima de José de Alencar). É perceptível a relação colônia e corte portuguesa e as inter-relações políticas e culturais entre os dois países, e o interesse da Espanha na colônia portuguesa? A obra carrega todos os elementos simbólicos da formação da nação brasileira? Ainda é possível perceber relações do tipo colônia-metrópole só que desta vez entre cidades brasileiras, centro e periferia. Na formação do espaço geográfico brasileiro ainda é possível ver a constituição de focos de resistência e afirmação de indígenas.

TEXTO VIII





A partir da leitura da coletânea de textos acima, escreva uma carta argumentativa, de no mínimo 20 e no máximo 30 linhas, para o Ministro da Justiça sobre o seguinte recorte temático: “A situação indígena no Brasil”. Em sua carta aborde, de modo crítico e consciente, pelo menos dois dos temas abaixo:

- A importância do conhecimento de si e do outro na ampliação da coletividade e construção de uma sociedade brasileira mais igualitária.
- A relações de poder por traz do massacre de indígenas.
- A construção da identidade indígena, seu reconhecimento e sua condição contemporânea.
- A maneira como os indígenas são representados e preconceito/esteriótipo gerado a partir disso.
- A relação do homem com a natureza antes e pós a revolução industrial em contraposição à relação que o indígena tem com o espaço geográfico.
- Resquícios do projeto colonizador na estruturação da sociedade brasileira e a participação dos povos indígenas.  
- A importância dos povos indígenas na formação sociocultural e ambiental brasileira.
- O agronegócio e a posse de terras por nativos no Brasil.

OBS: Ao assinar a carta use apenas as iniciais de seu nome, de modo a não se identificar.


FIQUE DE OLHO:

Comentários da banca examinadora sobre uma redação excelente quando foi solicitada uma carta de leitor na segunda etapa. 

http://www.cespe.unb.br/pas/arquivos/PASSEI_online_menor_Edicao_2.pdf (vide na página 41)

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