1ª Etapa
A partir do discutido em sala de aula, produza uma resenha crítica sobre o texto "Este mundo da injustiça globalizada" de José Saramago. Ele pode ser encontrado no capítulo "Resumo" do seu material de reação, e também no seguinte link:
Lembre-se de construir um texto que critique de modo consistente pelo menos dois aspectos questionados por Saramago. Crie no mínimo 20 e no máximo 30 linhas.
Você pode ver, no vídeo abaixo, um trecho de seu ensaio:
https://www.youtube.com/watch?v=m1nePkQAM4w
2ª Etapa
TEXTO
I
Cerca de 500 garimpeiros,
comerciantes e membros do Poder Público de Jacareacanga (PA) atacaram 20
munduruku na manhã de terça-feria (13), durante ação contra a presença dos
indígenas no município. Dois munduruku acabaram feridos nas pernas depois de
atingidos por rojões lançados pelos manifestantes anti-indígenas. Os munduruku
temem por novos ataques nas próximas horas e a Polícia Federal foi acionada.
“Não podemos nem levar os dois
feridos ao hospital porque tem ódio contra a gente por todos os lados.
Manifestantes diziam que índios não têm direitos aqui em Jacareacanga”, afirmou
uma indígena munduruku, presente durante o ataque, que aqui não é identificada
por motivos de segurança. Os feridos são: Rosalvo Kaba Munduruku e
Francineide Koru Munduruku. A Polícia Militar estava durante o ataque, porém
ficou na retaguarda dos manifestantes que atacavam os indígenas e nada fez.
TEXTO
II
Atualmente,
os grupos indígenas que vivem em território brasileiro estão recebendo nova
atenção do Estado e da sociedade. A Secretaria Especial de Saúde Indígena,
vinculada ao Ministério da Saúde, foi criada em 2008. Na área educacional, a
Lei 11.645, de 10 de março do mesmo ano, incluiu a diversidade da história e
das culturas dos povos indígenas no currículo oficial da rede de ensino. Além
do Parque do Xingu, há vários museus etnográficos espalhados pelo Brasil e
abertos à visitação, que podem servir como estimulantes pontos de partida para
que se conheça melhor a cultura daqueles que aqui estavam antes da colonização
europeia.
TEXTO III
A
CNPI (Comissão Nacional de Política Indigenista) foi criada em 2006 pelo
Decreto de 22 de março de 2006. A sua instalação aconteceu em abril de 2007,
ocasião em que seus membros foram empossados pelo então Presidente da
República, Luiz Inácio Lula da Silva.
É
um órgão do Ministério da Justiça, composto por 20 representantes indígenas, 2
representantes de organizações indigenistas não governamentais e 13 membros de
órgãos governamentais, além de convidados permanentes, dentre os quais o
Ministério Público Federal. As suas deliberações são paritárias. A presidência
da CNPI é exercida pela Fundação Nacional do Índio.
Com
a criação da CNPI, foi estabelecido um canal específico de diálogo entre os
diversos órgãos de governo responsáveis pela política indigenista oficial do
Estado brasileiro e representantes indígenas de todo o país, os quais têm se
reunido regularmente para tratar dos mais importantes temas relacionados à
questão indígena.
Cabe
a CNPI, como previsto em seu Decreto, a proposição de diretrizes e prioridades
para a política indigenista e o acompanhamento das ações desenvolvidas pelos
órgãos da Administração Pública Federal relacionadas à temática indígena.
Por
ser um órgão temporário, uma das prioridades da Comissão tem sido a aprovação
do PL 3571/2008, de autoria do Poder Executivo Federal, em trâmite no Congresso
Nacional, que cria o Conselho Nacional de Política Indigenista.
TEXTO
IV
O poema
I-Juca Pirama – Canto IV, de
Gonçalves Dias, possibilita uma imersão na visão de mundo de um homem que
defende e valoriza seu território e, ao mesmo tempo, sofre as consequências de
processos sociais de dominação, nos remetendo a questões territoriais e
regionais do Brasil. Como as instituições brasileiras tratam as questões de
terras? Qual o papel dos movimentos sociais na questão territorial? De que
forma a terra se concretiza como espaço de conflito social? Como compreendemos
a relação entre o interior e os grandes centros urbanos?
TEXTO V
I-Juca Pirama / Canto IV
Meu canto de morte,
Guerreiros, ouvi:
Sou filho das selvas,
Nas selvas cresci;
Guerreiros, descendo
Da tribo tupi.
Da tribo pujante,
Que agora anda errante
Por fado inconstante,
Guerreiros, nasci;
Sou bravo, sou forte,
Sou filho do Norte;
Meu canto de morte,
Guerreiros, ouvi.
Já vi cruas brigas,
De tribos imigas,
E as duras fadigas
Da guerra provei;
Nas ondas mendaces
Senti pelas faces
Os silvos fugaces
Dos ventos que amei.
Andei longes terras
Lidei cruas guerras,
Vaguei pelas serras
Dos vis Aimoréis;
Vi lutas de bravos,
Vi fortes - escravos!
De estranhos ignavos
Calcados aos pés.
E os campos talados,
E os arcos quebrados,
E os piagas coitados
Já sem maracás;
E os meigos cantores,
Servindo a senhores,
Que vinham traidores,
Com mostras de paz.
Aos golpes do inimigo,
Meu último amigo,
Sem lar, sem abrigo
Caiu junto a mi!
Com plácido rosto,
Sereno e composto,
O acerbo desgosto
Comigo sofri.
Meu pai a meu lado
Já cego e quebrado,
De penas ralado,
Firmava-se em mi:
Nós ambos, mesquinhos,
Por ínvios caminhos,
Cobertos d’espinhos
Chegamos aqui!
O velho no entanto
Sofrendo já tanto
De fome e quebranto,
Só qu’ria morrer!
Não mais me contenho,
Nas matas me embrenho,
Das frechas que tenho
Me quero valer.
Então, forasteiro,
Caí prisioneiro
De um troço guerreiro
Com que me encontrei:
O cru dessossêgo
Do pai fraco e cego,
Enquanto não chego
Qual seja, - dizei!
Eu era o seu guia
Na noite sombria,
A só alegria
Que Deus lhe deixou:
Em mim se apoiava,
Em mim se firmava,
Em mim descansava,
Que filho lhe sou.
Ao velho coitado
De penas ralado,
Já cego e quebrado,
Que resta? - Morrer.
Enquanto descreve
O giro tão breve
Da vida que teve,
Deixai-me viver!
Não vil, não ignavo,
Mas forte, mas bravo,
Serei vosso escravo:
Aqui virei ter.
Guerreiros, não coro
Do pranto que choro:
Se a vida deploro,
Também sei morrer.
TEXTO VI
Índios no Brasil -
Quem são eles?
Ao aprender a história do Brasil,
muitas vezes a população indígena é retratada com discriminação, como um povo
relacionado a atraso, preguiça e selvageria. Com isso, o contexto atual dessas
etnias acaba ficando de lado. Neste episódio, integrantes das tribos Krenak
(MG), Kaxinawá (AC), Ashaninka (AC), Yanomami (RR), Pankararu (PE) e Kaingang
(SC) conversam sobre o assunto, mostrando seus pontos de vista sobre a forma
que são tratados na sociedade.
Veja o documentário "Índios do Brasil" no seguinte link: https://www.youtube.com/watch?v=QQA9wuGgZjI
Veja o documentário "Índios do Brasil" no seguinte link: https://www.youtube.com/watch?v=QQA9wuGgZjI
TEXTO
VII
A ópera “O Guarani”, de Carlos
Gomes, conta a história de Ceci e Peri - obra homônima de José de Alencar). É
perceptível a relação colônia e corte portuguesa e as inter-relações políticas
e culturais entre os dois países, e o interesse da Espanha na colônia
portuguesa? A obra carrega todos os elementos simbólicos da formação da nação
brasileira? Ainda é possível perceber relações do tipo colônia-metrópole só que
desta vez entre cidades brasileiras, centro e periferia. Na formação do espaço
geográfico brasileiro ainda é possível ver a constituição de focos de
resistência e afirmação de indígenas.
TEXTO VIII
A partir da leitura da coletânea de textos acima, escreva uma carta argumentativa, de no mínimo 20 e no máximo 30 linhas, para o Ministro da Justiça sobre o seguinte recorte temático: “A situação indígena no Brasil”. Em sua carta aborde, de modo crítico e consciente, pelo menos dois dos temas abaixo:
- A importância do
conhecimento de si e do outro na ampliação da coletividade e construção de uma
sociedade brasileira mais igualitária.
- A relações de poder por
traz do massacre de indígenas.
- A construção da identidade
indígena, seu reconhecimento e sua condição contemporânea.
- A maneira como os
indígenas são representados e preconceito/esteriótipo gerado a partir disso.
- A relação do homem com a
natureza antes e pós a revolução industrial em contraposição à relação que o
indígena tem com o espaço geográfico.
- Resquícios do projeto
colonizador na estruturação da sociedade brasileira e a participação dos povos
indígenas.
- A importância dos povos
indígenas na formação sociocultural e ambiental brasileira.
- O agronegócio e a posse
de terras por nativos no Brasil.
OBS: Ao assinar a carta use
apenas as iniciais de seu nome, de modo a não se identificar.
FIQUE DE OLHO:
Comentários da banca examinadora sobre uma redação excelente quando foi solicitada uma carta de leitor na segunda etapa.
http://www.cespe.unb.br/pas/arquivos/PASSEI_online_menor_Edicao_2.pdf (vide na página 41)
FIQUE DE OLHO:
Comentários da banca examinadora sobre uma redação excelente quando foi solicitada uma carta de leitor na segunda etapa.
http://www.cespe.unb.br/pas/arquivos/PASSEI_online_menor_Edicao_2.pdf (vide na página 41)
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